quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Aterro sanitário ameaça área ambiental em São Paulo

 

Aterro sanitário ameaça área ambiental em São Paulo

Construção começou em julho e deve terminar em dezembro

Após três anos de discussões, o aterro sanitário que deve substituir o saturado São João, ambos em São Mateus, na zona leste, ainda divide opiniões. Integrantes da Campanha Mais Vida Menos Lixo vão entrar na Justiça para tentar barrar a construção, que começou nesta semana e tem prazo para terminar em dezembro. Sem ele, as empresas de coleta temem que a capital tenha um apagão do lixo.

A CTL (Central de Tratamento de Resíduos Leste) será construída pela Ecourbis Ambiental S.A. dentro de uma área de mata atlântica em uma Zepam (Zona Especial de Preservação Ambiental) onde existem veados, gambás, macacos e aves. A obra também divide moradores e ambientalistas. A Ecourbis afirma que o aterro é imprescindível para a capital, que desde novembro está sem aterro próprio - pela primeira vez em 30 anos. A empresa garante que fará um amplo programa de compensação ambiental, que inclui a criação do Parque Sapopemba em uma área de 3,2 milhões de m². Serão construídos também na região outros cinco parques com 4 mil m² e uma parte da avenida Sapopemba será recuperada.
O futuro aterro fica a 500 m de distância do Morro do Cruzeiro, que tem 998 m e é o segundo ponto mais alto da cidade, perdendo apenas para o Pico do Jaraguá. O local é considerado um patrimônio da capital. De acordo com o coordenador da campanha, Pedro Vicente, não faz sentido o desmatamento de uma área tão importante para a construção de um aterro sanitário. A Pastoral da Ecologia, ligada à Igreja Católica, também é contrária à construção.
Já Hamilton Clemente Alves, presidente do MACE (Movimento Ambiental Cultural Ecológico) da região, defende o CTL. Segundo ele, é um "mal necessário" para a cidade. Alves conta que amanhã será instalado um conselho com cerca de 30 pessoas para acompanhar as obras e a compensação.
- São Paulo está precisando de um aterro sanitário e, se ele vem para a nossa região, que tenhamos então toda a compensação ambiental.
Atualmente, a Prefeitura se vale de dois aterros privados para depositar o lixo, a um gasto mensal de R$ 6,6 milhões aos cofres municipais. O presidente da Ecourbis, Ricardo Acar, diz que um aterro próprio se opera com R$ 2 milhões ao mês. Ele explicou que o aterro pôde ser criado em uma Zepam porque se trata de uma área de interesse público.

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Alguém neste país ainda limpa a bunda com jornal?