sexta-feira, 30 de maio de 2014

Debate denuncia maus tratos nos procedimentos de parto

Debate denuncia maus tratos nos procedimentos de parto


Debatedoras denunciam sutilezas utilizadas pelos médicos, sem evidências científicas, para induzir as gestantes a realizar cesáreas; São Paulo na rede privada realizou 86% de cesáreas em 2013






Durante o debate sobre a Violência Obstétrica, realizado por iniciativa do mandato da vereadora Juliana Cardoso (PT) na Câmara Municipal na quinta-feira, dia 28 de maio, foram relatados além dos maus tratos que as mulheres sofrem no trabalho de parto as diversas sutilezas utilizadas pelos médicos, sem evidências científicas, para induzir as gestantes a realizar cesáreas.


Dados absurdos sobre a epidemia de cesáreas registrados no Brasil pautaram as intervenções no debate. De acordo com o Sinasc (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) em 2013 na cidade de São Paulo as maternidades da rede pública registram 34% de cesáreas, enquanto na rede privada o patamar atingiu 86%. O índice máximo de cesáreas recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 15%.


Para Ana Lucia Keunecke, vice-presidente da Artemis, organização comprometida com a promoção da autonomia feminina, o grande desafio é erradicar a violência obstétrica, evidenciada no enorme número de cesáreas desnecessárias. “A violência vai além dos xingamentos. Na rede pública, os médicos por compromissos particulares agendam cesáreas com agendamento”, comentou. “Eles ainda argumentam, sem razões médicas comprovadas, que a mulher não tem dilatação e nem passagem para o parto normal”.


Outro procedimento criticado por Ana Lucia é o uso dos fórceps em casos também desnecessários. “Para ensinar os alunos, alguns professores colocam a mulher naquela posição de frango assado [litotomia]”, disse. “Com isso a mulher vai parir o seu filho, que nasce com a marca da violência. Precisamos reciclar os profissionais da área”.


Com doutorado e professora da Faculdade de Medicina da USP, Janaína Aguiar, a prática médica não pode se resumir a eficiência técnica. “Para o parto humanizado é necessário resgatar o médico não como mero prestador de serviço, mas como parceiro que reconhece a mulher como sujeito”, afirmou. “Na formação médica, o profissional é cobrado todo dia para ser frio e não errar a lógica tecnicista. Precisamos romper para um modelo humanista, onde o médico reconheça no paciente não como mais um caso, mas um sujeito com dignidade e autonomia”.





LEI NÃO CUMPRIDA – Para a defensora pública, Ana Paula Meirelles, na esfera jurídica é difícil tipificar a violência obstétrica como crime. “Algumas questões têm que ser judicializadas, mas a solução não é a criação de mais leis para criminalizar a questão”, comentou. “Temos a lei do acompanhante, mas ela não é cumprida. Precisamos da transformação da sociedade e das pessoas para mudar esse cenário”.


A vereadora Juliana Cardoso enalteceu o trabalho das entidades e grupos que lutam pelo fim da violência obstétrica. “O principal desafio é combater a epidemia de cesáreas. E a participação popular e controle social na saúde são importantes para acompanhar as estatísticas absurdas de cesáreas”, disse. “Também precisamos implantar mais Casas de Parto na cidade e reforçar políticas para que os hospitais públicos atinjam o patamar recomendado pela OMS”.


Também participaram do debate com intervenções sobre o tema Maíra Pinheiro (Movimento Unida na Luta) Sandra Mariano, (Saúde das Mulheres Negras), Sônia Coelho, (coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres), Bianca Santana, (fundadora da Casa de Lua) e vice-presidente da Artemis — organização comprometida com a promoção da autonomia feminina.
CRÉDITO
Mozart Gomes/CMSP


Assessoria de Imprensa
Vereadora Juliana Cardoso
André Kuchar (MTb 15.513)
Telefones 3396-4315 ,  3396-4351 e 9.9172-3371

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Cia. Os Crespos apresenta trilogia de espetáculos na Cidade Tiradentes


Cia. Os Crespos apresenta trilogia de
espetáculos na Cidade Tiradentes

A Cia. Os Crespos finaliza o projeto “Dos Desmanches aos Sonhos – Poética em Legítima Defesa”, cujo o foco é investigar através de pesquisa cênica-áudio-visual o impacto da escravidão e as esferas das relações entre afetividade, negritude e gênero no Brasil,  com uma trilogia de espetáculos que abordam as relações intersubjetivas de desejo e construção de identidade. Entre os dias 30 de maio e 08 de a Cia. apresenta três espetáculos que integram a pesquisa: o aclamado “Além do Ponto”, “Engravidei, pari cavalos e aprendi a voar sem asas” e “Cartas à Madame Satã ou me desespero sem notícias suas”. As peças serão apresentadas no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes (Rua Inácio Monteiro, 6.900, Cidade Tiradentes), com ENTRADA FRANCA.
Desde 2013, Os Crespos vem desenvolvendo pesquisas de campo, entrevistas e palestras para com o objetivo de obter material para propor discussão e debate cênico para a construção de uma cena teatral de abordagem racio-social, que articule a experiência existencial do negro a partir de sua afetividade, abordando aspectos como o corpo, alteridade, família, sexo, marginalidade, beleza e valorização.



ALÉM DO PONTO

O aclamado espetáculo da Cia. Os Crespos" Além do Ponto" é o primeiro espetáculo trilogia " Dos Desmanches aos Sonhos", juntamente com as pesquisas sobre mulheres negras e Afro Homo-afetividade. A partir da perspectiva do impacto da escravidão na forma de amar da população brasileira surgiu o argumento da primeira montagem: Um casal em separação tenta entender suas dificuldades de viver e enfrentar o amor.
Indicação etária: 12 anos
Duração: 90 minutos

Ficha Técnica
Realização: Os Crespos Atores: Sidney Santiago Kuanza, Lucelia Sergio e DJ Dani Nega Dramaturgia : José Fernando de Azevedo e Os Crespos Direção: José Fernando de Azevedo Assistência de Direção: Ricardo Henrique Trilha sonora e execução: DJ Dani Nega Direção de Arte: Antonio Vanfill Iluminação: Mauro Júnior Operação de luz: Agnaldo Nicoleti Contrarregragem: Rogério Aparecido Edição de Vídeo: Mario Matiello
Fotos: Roniel Felipe Assistente de Produção: Guilherme Bezerra Direção de produção: Eneida de Souza

ENGRAVIDEI, PARI CAVALOS E APRENDI A VOAR SEM ASAS

Considerando questões como relações com o corpo, traumas psicológicos, violência masculina, sexo, sobrevivência e aferição social, o espetáculo é baseado em depoimentos e experiências reais de 55 mulheres negras entrevistadas em 2013 pelo Coletivo. Os depoimentos foram dados por mulheres de diversas camadas sociais e profissões: integrantes do sistema prisional, donas de casa, sambistas, religiosas de matrizes africanas, empresárias, líderes comunitárias, prostitutas, entre outras. A peça propõe dar voz e rever os estereótipos sobre a mulher negra, construindo uma nova relação de alteridade e valorização.
Indicação etária: 12 anos
Duração: 90 minutos
Ficha Técnica
Realização: Os Crespos Elenco: Dani Rocha, Darília Lilbé, Dirce Thomaz, Maria Dirce Couto, Nádia Bittencourt e Dani Nega Direção: Lucelia Sergio Co-direção: Sidney Santiago Kuanza Dramaturgia: Cidinha da Silva Trilha Sonora: DJ Dani Nega Músicas Compostas: Miriam Bezerra Direção de arte, cenários e figurinos: Mayara Mascarenhas Iluminação: Ricardo Silva Orientação teórica: Flavia Rios Preparação vocal  e canto: Silvia Maria Preparação corporal: Luciane Ramos Fotografia: Roniel Felipe e Ana Paula Conceição Designer Gráfico:Rodrigo Kenam Direção de vídeo:  Renata Martins Direção de produção: Eneida de Souza Assistente de produção: Guilherme Funari Assessoria de Imprensa: 7 Fronteiras Comunicação

CARTAS À MADAME SATÃ OU ME DESESPERO SEM NOTÍCIAS SUAS

O espetáculo parte da pesquisa sobre a homoafetividade de homens negros, sua sociabilidade diante dos estereótipos sexuais de virilidade que cerceiam sua experiência afetiva. A personagem, em tom confessional, mescla a força do gesto com a delicadeza do discurso, buscando a cumplicidade do espectador para tornar público uma afetividade cercada de tabus. São histórias ou pedaços de histórias que ganham vida na pele da personagem (Sidney Santiago), que é um ator, e que portanto pode viver muitas vidas. Ele se corresponde com a figura mítica de Madame Satã, através dessas histórias, ao mesmo tempo que constrói imagens e discursos sobre elas.
Indicação etária: 14 anos
Duração: 80 minutos


Ficha técnica

Direção: Lucélia Sergio Ator criador: Sidney Santiago Kuanza Dramaturgia: José Fernando de Azevedo Direção de arte: Antonio Vanfill Trilha Sonora: Dani Nega Direção de Vídeo: Renata Martins Preparação Vocal: Frederico Santiago Preparação Corporal: Janette Santiago Direção de Produção: Eneida de Souza Assistente de Produção: Guilherme Funari Atores colaboradores: Vitor Bassi e Luís Navarro Operador de luz: Aguinaldo Nicoleti

Serviço

·        Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes - Temporada: 30 e  31 de maio e dias 6, 7 e 8 de junho


Endereço: Rua Inácio Monteiro, 6.900, Cidade Tiradentes, Fone: (11) 2555-2810 Capacidade: 70 lugares. Ingressos: GRATUITO Acessibilidade: tem acesso a deficientes.

Além do Ponto – 30 de maio e Dia 06 de junho, sexta-feira, às 20h30

Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar sem Asas – 31 de maio e Dia 07 de junho, às 20h


Cartas à Madame Satã ou me Desespero sem Notícias Suas – Dias 1 e 08 de junho, domingo, às 19h

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Adesão das escolas públicas ao Mais Educação pode ser feita até o final deste mês

Adesão das escolas públicas ao Mais Educação pode ser feita até o final deste mês



07/05/2014 14:29

Em 2013, 32 mil escolas com maioria de alunos beneficiados pelo Bolsa Família integraram o programa, que oferece educação em tempo integral com métodos de estudos, atividades pedagógicas, esporte, lazer, cultura, artes e inclusão digital

Brasília, 7 – As escolas públicas de todo o país têm até o dia 31 deste mês para aderir ao Programa Mais Educação, estratégia do governo federal para implantar a educação integral, aumentando o tempo de permanência de crianças e jovens nas escolas. No ano passado, 32 mil escolas com maioria de beneficiários do Bolsa Família aderiram ao programa.

De acordo com a coordenadora geral de Controle Social e Ações Complementares do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Juliana Macedo, o objetivo do governo em 2014 é garantir a continuidade da educação integral nas escolas atendidas – que apresentam grande número de estudantes em situação de vulnerabilidade social – e estimular a adesão de outras 17 mil escolas com o mesmo perfil.


“A adesão é importante para que o poder público possa dar continuidade à implementação da educação integral, de forma que ela se torne uma política pública permanente”, afirmou a coordenadora. Ela lembra que a parceria entre o MDS e o Ministério da Educação permite a integração dos programas Bolsa Família e Mais Educação, além de fortalecer as políticas sociais voltadas para a população de baixa renda. 

Veja aqui a quantidade de escolas que estão sendo mobilizar a aderir por município

Com a educação integral, os estudantes têm acompanhamento pedagógico e participam de atividades complementares que reforçam a aprendizagem. Aulas de educação ambiental, atividades nas áreas de esporte, lazer, cultura, artes, direitos humanos e inclusão digital são algumas das opções que podem ser oferecidas pelas escolas aos alunos.

Impactos – Para Luciana Santos, coordenadora estadual do Bolsa Família na Bahia, os impactos da educação integral são muito positivos. “Em Salvador, me tocou muito o depoimento de uma mãe, no município de Planaltino [a 300 quilômetros da capital] dizendo que agora ela poderia trabalhar com tranquilidade, pois o filho não precisava mais ficar sozinho em casa. Além disso, ela contou que desempenho escolar do filho melhorou muito, em função do acompanhamento pedagógico.”

Na avaliação dela, a educação em tempo integral transforma a vida dos alunos. “Há um caso interessante na Bahia de um estudante que estava cumprindo medida socioeducativa e, depois de cumprir a pena, se tornou monitor na própria escola, com apoio da diretora”, conta Luciana.

Adesão – Para aderir ao Mais Educação, as escolas públicas devem realizar o cadastramento no Sistema do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE Interativo. Os gestores do Bolsa Família nas prefeituras podem contatar as secretarias estaduais ou municipais de educação para garantir que o programa seja implantado nas escolas com maioria de beneficiários do programa de transferência de renda. “Esse contato é importante para sensibilizar os gestores sobre a importância da inclusão de todas as escolas, uma vez que elas têm, em seu público, estudantes em situação de maior vulnerabilidade social”, reforçou Juliana.

Central de Atendimento do MDS:
0800-707-2003

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

PISO DOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL É QUASE O DOBRO DO PISO NACIONAL









PISO DOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL É QUASE O DOBRO DO PISO NACIONAL


Com o reajuste de 15,38% proposto pelo prefeito Fernando Haddad na semana passada, o piso dos professores com nível superior com jornada semanal de 40 horas/aula passará dos atuais R$ 2.600 para R$ 3.000

O piso dos professores da educação básica na rede municipal de São Paulo é maior do que o valor pago aos educadores da rede estadual paulista e do que o piso nacional do magistério, anunciado pelo Ministério da Educação em janeiro.


Com o reajuste de 15,38% proposto pelo prefeito Fernando Haddad na semana passada, o piso dos professores com nível superior com jornada semanal de 40 horas/aula passará dos atuais R$ 2.600 para R$ 3.000.

O piso municipal é 24,22% maior (equivalente a R$ 584) do que o piso estadual anunciado ontem pelo governo do estado, e 76,78% maior (equivalente a R$ 1.302) do que o piso nacional anunciado em janeiro pelo Ministério da Educação.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, o professor que trabalha as mesmas 40 horas semanais nas escolas públicas paulista terá 7% de reajuste em julho, e o piso salarial passara de R$ 2.257,84 para R$ 2.415,89.


Já o piso nacional do magistério teve reajuste de 8,32% em janeiro e atualmente é de R$ 1.697,39 para jornada de 40 horas semanais.

“Nós estamos pagando R$ 3.000 inicial e quase R$ 9.000 ao final da carreira depois de 25 anos. Hoje é uma das melhores carreiras do Brasil. Segundo a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), que congrega todos os sindicatos, São Paulo tem o maior piso da categoria. Com os 15% de reajuste para quem ganha o piso e 13% para os demais, incluindo os aposentados, nos coloca na condição de valorização do professor e do magistério. Esse reajuste colocou a categoria em São Paulo em um patamar de distinção dos pares de outras cidades e estado, dentro do país”, afirmou o prefeito nesta quarta-feira (14) após visita ao Hospital Municipal Prof. Dr. Alípio Correa Netto, em Ermelino Matarazzo, na zona leste.

Dos cerca de 60 mil professores que trabalham na rede municipal, 8.991 que cumprem a JEIF (Jornada Especial Integral de Formação) – aqueles que trabalham 40 horas semanais – também trabalham na rede estadual.

PROJETO DE LEI

O projeto de lei que prevê o reajuste para os professores da rede municipal foi enviado à Câmara Municipal na semana passada para apreciação dos vereadores. Além da elevação do piso, todos os outros demais profissionais da Educação, incluindo os 28,5 mil aposentados ou inativos, também terão reajuste e receberão aumento de 13,43% nos salários.

De acordo com o secretário municipal da Educação, César Callegari, somado ao reajuste de 10,19% dado a categoria no ano passado, esse aumento representa o esforço da Prefeitura pela valorização dos profissionais. A elevação do piso e o reajuste dado a toda categoria representam um aumento de R$ 622 milhões na folha de pagamento somente neste ano.

Desde 2011, cerca de 20 mil professores que recebem somente o piso salarial não vinham tendo aumento dos rendimentos, mas apenas os benefícios de incorporação de partes de abonos concedidos em anos anteriores.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A Rede Municipal de Educação e a Cidade Tiradentes

A Rede Municipal de Educação e a Cidade Tiradentes



                 Nestes dias em que uma parcela dos professores da Rede Municipal de Educação está em greve (e não é por salário já que o prefeito Haddad esta garantindo reajuste de 15%) circulam panfletos sindicais descrevendo uma escola municipal que talvez exista no Gabão, um dos países mais pobres da África, mas não na Rede Municipal de Educação da Cidade de São Paulo. Posso afirmar isso por que sou Coordenador Pedagógico na EMEFM Oswaldo Aranha Bandeira de Mello e aquela escola sempre recebeu, e recebe, significativas verbas anuais destinadas a manutenção do prédio e aquisição de material de consumo. O mesmo acontece em todas as unidades educacionais da prefeitura na cidade de São Paulo.
                 Dito que não estamos no Gabão é necessário dizer, também, que a Educação no bairro de Cidade Tiradentes não é “aquela maravilha”, que alguns sonham, até porque maravilhas, deste tipo, não existem. Uma das coisas que temos que atentar é que este é um bairro dos mais periféricos e que abriga população de assalariados, logo, de renda baixa. Muitas vezes os responsáveis por nossos alunos não tiveram oportunidade, eles mesmos, de estudarem. Este contexto social aparece dentro da escola, na hora da aprendizagem.
                  Lideranças que se preocupam com a Educação das crianças e adolescentes, que aqui crescem, se colocam a pensar que tipo de escola poderia ajudar os estudantes daqui: já ajudaria muito se as unidades escolares dispusessem de todos seus professores, todos os dias letivos. É sabido que o número de faltas dos professores, da Rede Municipal de São Paulo, é altíssimo! Evidentemente que uma parte destas faltas decorre de adoecimento dos professores, coisa que acontece com qualquer trabalhador. Neste caso é necessário que se tenha professores substitutos em número suficiente para que os pátios das escolas não fiquem abarrotados de alunos cujos professores faltaram ao trabalho.

                  Alguns acham que se as escolas mantivessem os alunos mais tempo, que as atuais cinco horas, dentro dos prédios, as crianças e adolescentes estariam mantidos longe de vários perigos e melhorariam seu rendimento escolar. AI, TAMBÉM EXISTEM DÚVIDAS! Nossas crianças e adolescentes precisam da rua, do espaço público, da praça. Não devemos aprisioná-los dentro dos muros das escolas.
                   Do meu ponto de vista, antes de querermos que a escola guarde crianças e adolescentes, dentro dos limites de seus muros, por seis, sete, oito ou nove horas, devemos querer que, nas cinco horas atuais, haja professores que possam dar todas as aulas previstas; que estas aulas sejam realizadas com organização e planejamento; que os professores não esperem que alunos se interessem pelos conteúdos, mas que o principais interessados, que os alunos aprendam, sejam os professores. Para isso o prefeito Haddad criou o Programa Mais Educação que voltou as notas de zero a dez, instituiu provas e boletins bimestrais, públicos e online, entre outras coisas.
                     Para além disso, que houvessem mais Pombas Urbanas, mais CÉUs, mais oferta de cultura e lazer para todos. Convém lembrar que, nestes itens, Cidade Tiradentes é bem melhor equipada que outras periferias similares.


Samuel Firmo

Copa custa só um mês de gastos com educação.

Quando se cai na real, a conversa sobre a Copa é outra

23 de maio de 2014 | 08:55 Autor: Fernando Brito
reproduzido integralmente do site TIJOLAÇO
graficocopa

Com anos de atraso, a Folha publica hoje um levantamento feito pelos repórteres Gustavo Patu, Dimmi Amora e Filipe Coutinho que, como e diz nas conversas informais, “baixa a bola” dos “gastos absurdos com a Copa do Mundo”.
É o que dá ter raros momentos de jornalismo correto na mídia brasileira, porque não é nenhum “furo”, mas apenas a compilação de dados que são e sempre foram públicos.
A começar pela abertura do texto escrito pelos três:
Mesmo mais altos hoje do que o previsto inicialmente, os investimentos para a Copa representam parcela diminuta dos orçamentos públicos.
Alvos frequentes das manifestações de rua, os gastos e os empréstimos do governo federal, dos Estados e das prefeituras com a Copa somam R$ 25,8 bilhões, segundo as previsões oficiais.
O valor equivale a, por exemplo, 9% das despesas públicas anuais em educação, de R$ 280 bilhões.
Em outras palavras, é o suficiente para custear aproximadamente um mês de gastos públicos com a área.
E eles próprios se encarregam de dizer que nem sequer é assim, porque estes gastos diluíram-se pelos últimos sete anos e, sobretudo, porque uma parte ( a maior parcela, 32%) é feita com financiamentos de bancos públicos (quase toda do BNDES) e vai retornar.
Adiante falarei dela.
Bem, do gráfico publicado, conclui-se que o Governo Federal gastou R$ 5,8 bi diretamente com a Copa: R$ 2,7 bi na modernização e ampliação dos aeroportos, R$ 1,9 em segurança pública – quase tudo equipando, a fundo perdido, as polícias estaduais -, R$ 600 mil em portos, R$ 400 mil em telecomunicações  e R$ 200 milhões em gastos diversos.
Aeroportos e portos, além de serem serviços públicos essenciais ao desenvolvimento econômico, geram receitas de tarifas e concessões.
Nenhum tostão, como você vê, em estádios.
Do dinheiro dos estádios, um total de R$ 8 bilhões, perto da metade veio de financiamentos federais, através do BNDES, de duas formas: debêntures e empréstimos.
Debêntures são “letras” financeiras e, no caso do estádio, seus tomadores pagam 6,2%% de juros mais a inflação do período.
No caso dos empréstimos, os tomadores, além de oferecer garantias, têm de pagar  TJLP (taxa de juros de longo prazo), que de 2009 para cá variou entre 6,25% e 5%, mais  1,4% (taxa  BNDES + intermediação financeira), mais risco de crédito (até 4,18%), além da taxa que o o tomador pagará a o banco operar o crédito. No total, portanto, pagam juros muito semelhantes (em geral um pouco maiores, em alguns momentos frações de centésimo menores) que a taxa de juros com que o Governo capta dinheiro no mercado.
Isso quer dizer que não houve empréstimo subsidiado pelo Governo Federal?
Sim, houve,  maiores. E continuam existindo, independente de Copa.
São os recursos para obras de mobilidade urbana que, só nos empreendimentos ligados à Copa, receberam  R$ 4,4 bilhões.
Como é isso: o BNDES financia contrando TJLP + 2% no caso de o empréstimo ser tomado por Estados e Municípios ou por TJLP + 1% + risco de crédito de até 4,18% no caso do financiamento ser feito por empresa privada.
Convenhamos que  é uma forma muito mais adequada de o banco usar seus recursos em favor da população do que, como fez em 2002, aplicar R$ 281 milhões (R$ 1 bilhão, hoje, corrigidos pela taxa Selic) na Net, então propriedade dos Marinho (a família mais rica do Brasil), que estava enforcada de dívidas.
No caso dos Estados e Municípios, a grande maioria, boa parte dos gastos vem  das contrapartidas locais para obras de mobilidade (R$ 2,4 bi, ou 41%) e os restantes R$ 3,3 bilhões em gastos diretamente com obras dos estádios e com as do seu entorno (ruas, praças, pátios, passarelas).
Os números insuspeitos publicados pela Folha vêm na mesma linha daquilo que ontem se comentou aqui.
Tirando os gastos imprevistos de três governos estaduais (Sérgio Cabral , com o Maracanã, Agnelo Queiroz, com o Mané Garrinha e Aécio Neves-Anastasia como Mineirão, que começou as obras ainda na gestão do atual candidato do PSDB à Presidência), os outros dois estádios que custaram muito mais do que o inicialmente previsto, o Beira-Rio e o Itaquerão, foram  tocados pela iniciativa privada.
Há uma hidrofobia de direita implantada na mídia e em parte da classe média que eclipsa qualquer capacidade de exame racional dos fatos.
Se eu fosse um obtuso irracional, que não reconhecesse o direito de uma categoria profissional essencialíssima , como a dos professores, poderia dizer que se gastou muito mais que aquele “um mês”  de Educação que a Copa custou com as greves e paralisações (em geral, justas) do magistério.
E isso seria uma apelação, porque eu estaria colocando nos direitos dos professores a “culpa” das nossas históricas carências no setor.
Colocar na Copa a “culpa” pelos problemas da educação, da saúde, da assistência social, da habitação é, igualmente, uma estupidez.
Que só tem um fundamento, embora a maioria dos que fazem isso não o percebam: as eleições.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O secretário Paulo Frateschi na Cidade Tiradentes

O secretário Paulo Frateschi na Cidade Tiradentes
O ex-deputado estadual Paulo Frateschi assumiu  a Secretaria Municipal de Relações Governamentais, até então comandada por João Antônio da Silva Filho, deputado estadual licenciado que deixa o governo para ser indicado à vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Município (TCM).

“Hoje a gente consegue entender que durante séculos esses governos se estruturaram para administrar privilégios.da elite, isso eles fizeram a vida toda.  Quando vem um partidinho montado de metalúrgicos, professor, peão e fala o seguinte: daqui para frente nós vamos aplicar políticas públicas pro bem do povo, isso causa um estranhamento imediato, a elite não se conforma e vem para acabar com a gente, a direita vem pra bater, ela vem para voltar a  administrar privilégios.”
Leia a entrevista completa em : www.multicolorinteratividade.blogspot.com

MultiColor Interatividade

Jornal Cidade Tiradentes

Jornal Cidade Tiradentes
Alguém neste país ainda limpa a bunda com jornal?