sexta-feira, 23 de maio de 2014

A Rede Municipal de Educação e a Cidade Tiradentes

A Rede Municipal de Educação e a Cidade Tiradentes



                 Nestes dias em que uma parcela dos professores da Rede Municipal de Educação está em greve (e não é por salário já que o prefeito Haddad esta garantindo reajuste de 15%) circulam panfletos sindicais descrevendo uma escola municipal que talvez exista no Gabão, um dos países mais pobres da África, mas não na Rede Municipal de Educação da Cidade de São Paulo. Posso afirmar isso por que sou Coordenador Pedagógico na EMEFM Oswaldo Aranha Bandeira de Mello e aquela escola sempre recebeu, e recebe, significativas verbas anuais destinadas a manutenção do prédio e aquisição de material de consumo. O mesmo acontece em todas as unidades educacionais da prefeitura na cidade de São Paulo.
                 Dito que não estamos no Gabão é necessário dizer, também, que a Educação no bairro de Cidade Tiradentes não é “aquela maravilha”, que alguns sonham, até porque maravilhas, deste tipo, não existem. Uma das coisas que temos que atentar é que este é um bairro dos mais periféricos e que abriga população de assalariados, logo, de renda baixa. Muitas vezes os responsáveis por nossos alunos não tiveram oportunidade, eles mesmos, de estudarem. Este contexto social aparece dentro da escola, na hora da aprendizagem.
                  Lideranças que se preocupam com a Educação das crianças e adolescentes, que aqui crescem, se colocam a pensar que tipo de escola poderia ajudar os estudantes daqui: já ajudaria muito se as unidades escolares dispusessem de todos seus professores, todos os dias letivos. É sabido que o número de faltas dos professores, da Rede Municipal de São Paulo, é altíssimo! Evidentemente que uma parte destas faltas decorre de adoecimento dos professores, coisa que acontece com qualquer trabalhador. Neste caso é necessário que se tenha professores substitutos em número suficiente para que os pátios das escolas não fiquem abarrotados de alunos cujos professores faltaram ao trabalho.

                  Alguns acham que se as escolas mantivessem os alunos mais tempo, que as atuais cinco horas, dentro dos prédios, as crianças e adolescentes estariam mantidos longe de vários perigos e melhorariam seu rendimento escolar. AI, TAMBÉM EXISTEM DÚVIDAS! Nossas crianças e adolescentes precisam da rua, do espaço público, da praça. Não devemos aprisioná-los dentro dos muros das escolas.
                   Do meu ponto de vista, antes de querermos que a escola guarde crianças e adolescentes, dentro dos limites de seus muros, por seis, sete, oito ou nove horas, devemos querer que, nas cinco horas atuais, haja professores que possam dar todas as aulas previstas; que estas aulas sejam realizadas com organização e planejamento; que os professores não esperem que alunos se interessem pelos conteúdos, mas que o principais interessados, que os alunos aprendam, sejam os professores. Para isso o prefeito Haddad criou o Programa Mais Educação que voltou as notas de zero a dez, instituiu provas e boletins bimestrais, públicos e online, entre outras coisas.
                     Para além disso, que houvessem mais Pombas Urbanas, mais CÉUs, mais oferta de cultura e lazer para todos. Convém lembrar que, nestes itens, Cidade Tiradentes é bem melhor equipada que outras periferias similares.


Samuel Firmo

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Alguém neste país ainda limpa a bunda com jornal?