O ator Fábio Assumção está coberto de razão. A explicação para o fenômeno que o fez demonstrar indignação é absolutamente simples: o "campo político" está tão contaminado pelas disputas partidárias e é tão deformado pelos interesses mesquinhos dos polititicos (politicos + titica) que quase nada do que ocorre nas ruas acaba se tornando objeto da preocupação da administração pública.
O transporte público é caro e ineficiente? Os polititicos andam de helicoptero, jatinho ou carro oficial blindado.
O tráfico de drogas avança destruindo vidas e marginalizando bairros inteiros? Os polititicos moram em condomínios fechados, murados e com segurança privada.
O SUS é uma merda e não atende os dependentes de drogas? Os polititicos usam o Albert Einsten ou o Sírio Libanês, conta paga pelo erário público é claro.
O sistema de educação faliu faz tempo e só não o enterram porque não existe nada para colocar no lugar deste cadáver? Os polititicos colocam seus filhos nos melhores colégios pagos ou os mandam estudar no exterior.
O único remédio para este estado de coisas é explodir o "campo político". Como e porque fazer isto, entretanto, não é algo que produz consenso.
Uma parcela da direita advoga outro golpe de estado, mas só para poder ampliar seu lucro e foder ainda mais a população pobre (a qual os nazistas declarados ou não odeiam, inclusive por razões racistas). A esquerda desfruta as benesses do poder e se compõe com uma parcela da direita para deixar as coisas como estão. O resto reclama, reclama, reclama e não faz nada.
O terrorismo político (tipo Brigadas Vermelhas ou Baader Meinhof) seria a receita? Duvido disto, pois a violência política geralmente só cria as condições para mais repressão social e o nosso país tem uma longa história de repressão sobre a população subalterna.
O que fazer? Carnaval amanhã, praia depois de amanhã.
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