domingo, 17 de maio de 2009

É preciso novas formas de avaliar bem-estar, afirmam palestrantes no lançamento do IRBEM

Fui ontem ao SESC Vila Nova para o evento dos lançamentos da publicação "Indicadores Básicos da Cidade de São Paulo" e da pesquisa IBOPE "Viver em São Paulo". A iniciativa é do Movimento Nossa São Paulo (MNSP) e estavam presentes organizações da sociedade civil, o presidente da rede SESC, algumas empresas e políticos.

Os indicadores da cidade de São Paulo estão divididos por subprefeitura com dados interessantes sobre a qualidade de vida da população paulistana. Foram considerados os mais importantes indicadores de acordo com os grupos de trabalho do Movimento Nossa São Paulo: Cultura (quantidade de cinemas, teatros e bibliotecas), Habitação (percentual de domicílios em favelas), Educação (ensinos infantil, fundamental, médio, analfabetismo), Esporte (percentual de unidades públicas de esporte), meio ambiente (áreas verdes por habitante, consumo de água, rede de esgoto, coleta seletiva), Orçamento (orçamento destinado a cada subprefeitura dividido pelo número de habitantes), Saúde (peso ao nascer, gravidez precoce, leitos hospitalares, mortalidade infantil, unidades de atendimento básico), Trabalho e Renda (desemprego de jovens, renda mensal média), Trânsito (acidentes, mobilidade urbana, acessibilidade), Violência (agressão a crianças, agressão à mulher, crimes violentos e homicídio juvenil). Para cada indicador, destacou-se a subprefeitura com o melhor índice e a com o pior e sugere-se uma meta, baseada em indicadores internacionais (como a UNESCO) ou do próprio MNSP. Por exemplo, o indicador consumo de água mostra que a região da subprefeitura de Pinheiros (que compreende os bairros de Alto de Pinheiros, Pinheiros, Jardim Paulista e Itaim Bibi) é a que gasta mais água (8,39 metros cúbicos por habitante) e a da subprefeitura de Cidade Tiradentes (bairro Cidade Tiradentes, extremo leste da capital) é a que gasta menos (3 metros cúbicos por habitante). A meta é que o consumo máximo seja de 3,3 metros cúbicos por habitante. O objetivo destes indicadores é destacar o que deve ser priorizado pela Prefeitura em serviços, campanhas e equipamentos públicos.
Já a pesquisa IBOPE trata da percepção do paulistano sobre sua cidade com relação à sua realização pessoal, aos serviços públicos e à administração municipal. A pesquisa foi feita com mais de 1500 entrevistados de todos os bairros da cidade e contém cerca de 200 questões. Achei interessante o dado sobre desigualdade social: 48% dos entrevistados dizem que se “incomodam muito” com a grande desigualdade social em São Paulo; 17% dizem que se incomodam, “mas não muito” e 33% afirmam não se incomodar “porque já se acostumaram com a realidade”. Quanto aos aspectos positivos da cidade, a maior citação foi que a cidade oferece grandes oportunidades; já nos negativos, foram a violência e a criminalidade. Os dados coletados são muitos e interessantes e podem ser vistos na íntegra no portal do MNSP (http://www.nossasaopaulo.org.br/).
Com todos esses dados, a população de São Paulo poderá acompanhar os trabalhos da prefeitura e ver se ela focará o uso do dinheiro público nas áreas prioritárias para diminuir a desigualdade. O trabalho está só começando...

Nenhum comentário:

MultiColor Interatividade

Jornal Cidade Tiradentes

Jornal Cidade Tiradentes
Alguém neste país ainda limpa a bunda com jornal?