Fui até lá a convite de um cineasta, que pensa em usar o bairro como locação de seu próximo filme. Em tese, seria um lugar ideal para cenas de assaltos, histórias de bebedeira, casos de estupro e tiroteio.
Não era nada do que eu pensava. Um morador disse que a violência lá diminuiu muito nos últimos anos. Não vi as estatísticas. Mas o que vi me surpreendeu.
São blocos e mais blocos de prédios de cinco andares, como uma espécie de Brasília dos pobres, sob um céu limpo (há uma serra por perto). Da janela do apartamentinho em que entrei, a vista era um bosque de eucaliptos. As ruas são muito largas e asfaltadas, com crianças brincando no meio-fio. Vi dois campos de futebol, do alto de uma pracinha onde há play ground. Um CEU e uma espécie de oficina-fábrica para aprendizes adolescentes são as construções mais importantes do lugar. Além de um vasto e luxuoso, para os padrões locais, templo da Igreja Universal.
Há favelas e auto-construções, nas partes mais baixas do bairro (cuja topografia é acidentada, mas nada inóspita). Vi também vacas e mesmo um homem a cavalo, como se já não estivesse em São Paulo.
De estranho, o seguinte: a porta de cada apartamento é protegida por um portão de ferro, trancado a cadeado, como se desse para a rua. É que os prédios, evidentemente, não têm porteiros nem guaritas.
Incluo aqui três fotos do local: além do panorama do bairro, acima, a foto de uma vendinha, como todas ali, enquistada na parede, ao lado de uma vegetação ainda selvagem; e, por fim, uma cena de rua.
veja no link:
http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/arch2006-06-04_2006-06-10.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário