terça-feira, 23 de outubro de 2012

Habitação em Cidade Tiradentes



O déficit em habitação é muito grande no país, inclusive em São Paulo.

O déficit habitacional real para famílias que saem de áreas de risco na cidade de São Paulo é hoje de 130 mil moradias, segundo publicado pela Câmara Municipal de São Paulo.
Para 2024, estima-se um déficit de 610 mil novas moradias para as famílias que surgirão até este período, cuja renda deverá ser inferior a três salários mínimos.
Ao longo do tempo desde 1982 explodiu as ocupações, com o Movimento de Moradia ocupando muitas áreas. O governo começou a negociar, mas foi difícil, uma luta muito grande que acompanhei na Fazenda da Juta, Itaim Paulista, Burgo Paulista, etc...

Além de moradia na cidade, no campo também os sem terra, nas fazendas reivindicações e o direito de plantar, de colher. – “Eu não quero ir pra cidade grande, quero ficar aqui na roça, mas quero ter o direito de ter a minha terra”.
O que tem acontecido muito em São Paulo, é que foi crescendo, inchando, que não tinha onde botar mais o povo.

Então eles podiam fazer melhorias numa classe média alta com poder aquisitivo maiores, e foi empurrando o povo para o fundão.

Quando o governo do Mário Covas, do Maluf , trouxe as famílias para cá naquela época, eles esqueceram que tinha que ter uma estrutura maior, não era só chegar e colocar as pessoas aqui num bairro dormitório, e largar ao Deus dará.

E por conta dos baixos salários, desempregos, as famílias não agüentavam pagar aluguel nos bairros melhores, e foram todas empurradas pro fundão, exprimidos para cá. Tiravam as pessoas dos baixos dos viadutos, de áreas de risco, de calamidades e de favelas e jogavam todos aqui.

Mas esqueceram das coisas que eram mais necessárias para cá, como escolas, saúde, transporte, saneamento. Foi criando aquela coisa absurda na Cidade Tiradentes, onde muitas famílias se desfizeram, foram destruídas pela situação.
 

Os primeiros prédios em foto de Milton Roberto

Essa é que é a realidade. Seu filho vem para cá, faltando todas as estruturas, e ai somos descriminados como um bairro violento, que hoje não é verdade.
Antigamente os moradores não podiam dar o endereço daqui, pois não conseguiam o emprego, e hoje a realidade não é essa.

Mas o governo que está hoje, o PSDB há mais de 20 anos no poder, a vida inteira, não lembra dessas coisas.
O povo não veio para cá, porque queria, veio por que foi obrigado, segregado pra cá.

Precisamos de um governo que invista na infra-estrutura, transporte, educação, saúde e habitação para melhorar a vida do povo da Cidade Tiradentes. E ao invés disso, estão construindo grandes edifícios para trazer mais gente para cá. Como aqueles que estão sendo feitos ao lado da Paróquia Senhor Santo Cristo na Rua dos Têxteis.

E se constroem mais prédios tem que melhorar o transporte.

Quem é o culpado pelo povo estar ocupando áreas como Sete Cruz e Vila Iolanda?
É o povo que está lá desmatando ou o poder, o governo do estado que não está fiscalizando direito?
O governo que não está fazendo um trabalho correto como devia ser feito.

Não tem espaço vazio, se o governo não administra. O governo não está dando sustentação para aquela população na Vila Iolanda e então aquela área muito grande está ocupada. O Governo não se interessou em chegar lá, desapropriar e regularizar pro pessoal morar, ele não tem feito isso, se fizesse isso seria evitado.

Mas se elege um prefeito que em momento nenhum investe em dar uma educação ambiental para esse pessoal, não tem esse investimento, então o pessoal chegou e ocupou aquela área e agora é que vai regularizar.
Não é porque o governo é bonzinho, vai fazer porque entraram na justiça e a justiça obrigou.
 
Avenida dos Metalurgicos era sempre alagada quando chovia.. foto de Milton Roberto

Onde tem ser humano, tem que haver infra-estrutura para que cheguem lá ambulâncias, corpo de bombeiros, gás, enfim, a estrutura suficiente para passar o pessoal.

Se alguém adoece tem que carregar nas costas para levar para o hospital, e chegando lá é barrado porque não tem médico, não tem estrutura para atender o pessoal da região. Um hospital tão lindo e maravilhoso que a Prefeita Marta construiu.
A questão humana dele é um absurdo, 8, 14, 16 horas esperando para passar num médico. Isso para nós é muito difícil, e tudo isso é causado pela falta de administração.

Parece que até o fim de ano vão começar a mexer com essa região de Vila Iolanda.

ocupação na Vila Yolanda em foto de Milton Roberto.
Boa parte das famílias que moram nas favelas daqui é porque não tem outros recursos. A favela tem que ser urbanizada, um governo que chegue e invista. Temos um exemplo no governo da Luiza Erundina e no governo da Marta que urbanizou várias favelas e a coisa ficou numa situação melhor.

Quando o Paulo Maluf desapropriou a favela da Água Espraiada e jogou todos num barracão no Setor G ficou aquele favelão. O governo da Marta foi lá e construiu as casas populares, são sobradinhos grandes, tudo bem organizado e os moradores são felizes lá, valorizados.
Essa é a diferença que um bom governo faz, é uma obrigação urbanizar onde der, achar um lugar para instalar esse pessoal e investir na infra-estrutura. Uma coisa tem a ver com a outra.

Esse é o grande pecado do governo. Tem que investir na moradia mas com dignidade.
O governo fala que naquele local não pode, mas não faz nada para impedir, e impedir não é descer o cacete, é dando alternativa, opção. E dinheiro tem.

Quando o Roberto Gouveia era deputado, fez uma lei aqui pro estado que dizia que toda a arrecadação do PIB, 10% seria destinado a investimento em moradia.

Outra questão que quero deixar registrado é o caos na saúde e também a falta de emprego na região. Temos uma área reservada para pequenas indústrias que não sejam poluidoras. Em 1992 foi feito um levantamento que dizia que geraria 70 mil novos empregos.
Fizemos uma pesquisa no Centro de Referência do Trabalhador lá na Mooca e foi levantado que para cada cinco pessoas que morriam de acidente de trânsito três eram no percurso longo para o trabalho.
Acontece que você fica muito tempo longe da família, não consegue estudar nem ter lazer, só vem para dormir. A Cidade Tiradentes ainda é um bairro dormitório.
Falta incentivo do governo para instalar indústrias aqui gerando emprego e melhorar a qualidade de vida.


Hoje a Cidade Tiradentes mudou muito, ela cresceu de uma forma muito grande, o censo deu 452 mil habitantes

Cidade Tiradentes só é lembrada em época de eleições porque tem muitos votos, aí sim os políticos vêm aqui para pedir e prometer, mas quando ganham e chega à hora de investir dizem – “Aquilo lá? Só dá prejuízo, não tem emprego, não tem estrutura nem indústria, só tem gente pedindo”.
E o povo aqui é que nem sardinha em lata, e poucas pessoas têm os olhos para cá.

Precisamos eleger pessoas comprometidas que tem responsabilidades e compromisso com o nosso fundão da zona leste, que apresente projetos na Câmara e na Assembléia.

Que os políticos olhem com bons olhos a Cidade Tiradentes, a maior COHAB da América Latina.

Espero que o povo mais uma vez dê o exemplo e vote certo nas pessoas que tem um comprometimento aqui.

José de matos.

Com o Boom do crescimento do Brasil os moradores estão reformando os prédios


Candidato do PT antecipa meta do programa de Governo para a habitação.
Fernando Haddad aponta a habitação, ao lado do transporte, como um problema agudo da capital. Para melhorar as condições de moradia na cidade, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo colocou metas ambiciosas em seu programa de Governo. Em quatro anos, a Prefeitura, sob o comando de Haddad, vai entregar 55 mil unidades habitacionais.
“É o dobro do que a gestão que mais construiu unidades já fez e o triplo do que a atual gestão fez em oito anos”, disse Haddad em comício na praça da República,.
Além das 55 mil moradias, 75 mil famílias serão beneficiadas pelo programa de urbanização de favelas e outras 200 mil com regularização fundiária.
Grande parte das moradias será construída no centro da cidade. “Morar no Centro é uma bênção. A região tem infraestrutura e emprego. O cidadão vai poder ter qualidade de vida morando aqui”, afirmou o candidato do PT.
Para atingir esta meta, uma das estratégias é explorar comercialmente o subsolo, o térreo e a sobreloja dos edifícios. "É isso que vai financiar a desapropriação do terreno. Não haverá necessidade em grandes investimentos”, comentou Haddad.

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Alguém neste país ainda limpa a bunda com jornal?